sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Os Lusíadas - Canto VIII

Paulo da Gama, continuando a narração dentro da narração e mitificando com heroísmo individualizado a História já narrada pelo irmão, vai explicar ao Catual interessado as figuras de barões exemplares pintadas nas bandeiras: os fabulosos Luso, que deu o nome ao "Reino Lusitânia" e Ulisses, o fundador de Lisboa; Viriato, "destro na lança mais que no cajado" e Sertório; o Conde D. Henrique, a quem chama santo; o "primeiro Afonso" e seu aio Egas Moniz com a sua lealdade depois de o tornar "vencedor de vencido"; D. Fuas Roupinho, herói de Porto de Mós, e o milagroso cavaleiro Henrique; Mem Moniz, herói da tomada de Santarém, Giraldo Sem Pavor, conquistador de Évora, e outros mais, entre eles novamente D. Nuno Álvares Pereira ("ditosa pátria que tal filho teve"), D. Pedro, o das Sete Partidas, e o Infante D. Henrique, o "descobridor dos mares".
Terminada esta analepse na estrutura do poema, Catual e seus companheiros abandonam a nau. Entretanto os sacrifícios aos deuses, que o Samorim mandara fazer, vaticinam que "a nova gente" iria impor "eterno cativeiro" à Índia. Também Baco - agora pela última vez - aparece em sonhos a um sacerdote maometano e em forma de "profeta falso" inspira-lhe ódio de morte contra os portugueses. Apenas acordou, reuniu "os principais da torpe seita" e diz-lhes que aqueles são "gentes inquietas", vivem "de piráticas rapinas / sem Rei, sem leis humanas ou divinas". O Gama avista-se com o Samorim e tenta desfazer esses boatos, o que conseguiu com a permissão de regresso às naus. O Catual, porém, "um dos que estavam corruptos pela Maometana gente", recusa embarcação que o transporte e prende-o, pois revolvia na mente " astuto engano, diabólico e estupendo". Só a conseguiu após ter mandado vir dos navios a fazenda, com que comprou a sua liberdade.
Camões termina o Canto fazendo pertinentes considerações moralistas acerca dos malefícios do ouro "no rico, assi como no pobre".


1 comentário:

Báàh disse...

Esse post me ajudou muito, obrigado, também acho um absurdo essa reforma Ortográfica, o Brasil já se tornou um adepto a nova regra, agora nós somos obrigados a aprender aquilo que já sabíamos novamente,
Beijos e Abraços.