segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Atenção aos morangos que comes!


Os morangos, a nossa saúde, os outros e o meio ambiente...


Será que os morangos (espanhóis) cultivados em estufas são comestíveis?

A resposta é "NÃO"!


Se o único problema destes morangos produzidos em estufas fosse a falta de sabor, ainda nos poderíamos dar por muito felizes...
Infelizmente, estes morangos apresentam outros problemas bem mais graves, a começar pelo facto de o seu cultivo cobrir cerca de seis mil hectares, dos quais uma grande parte alastra já, ilegalmente, pelo parque nacional de Doñana, uma extraordinária reserva de aves migradoras e nidificadoras da Europa.
Estes morangos chegam aos mercados europeus, transportados por camiões, percorrendo milhares de quilómetros. São cerca de 16.000 camiões por ano. A uma média de dez toneladas por veículo, esses morangos valem o seu peso em CO2 e outros gases nocivos para o ambiente e para o homem.

Mas os perigos desta agricultura não são só estes.

Sabem como é que estes morangos espanhóis são cultivados?

O morangueiro é uma planta vivaz que produz durante vários anos. Contudo, estas plantas destinadas a esta produção em estufa, fora da época, são destruídas todos os anos. Para dar morangos fora de época, as plantas produzidas in vitro são colocadas em frigoríficos no pino do Verão, a fim de simular o Inverno, o que activa a produção. No Outono, a terra arenosa é limpa e esterilizada, e a micro fauna destruída por meio de bromometano (brometo de metilo) e de cloropicrina. O bromometano é um poderoso veneno proibido pelo protocolo de Montreal sobre os gases nocivos à camada de ozono. A cloropicrina, composta de cloro e de amoníaco, não é menos perigosa, pois bloqueia os alvéolos pulmonares.

Os morangueiros são cultivados em terreno coberto por plástico preto e a irrigação inclui fertilizantes, pesticidas e fungicidas. A água de irrigação destes morangos provém de furos artesianos, sendo a maior parte ilegal.

Tudo isto está a transformar esta parte da Andaluzia numa savana seca, provocando assim o êxodo das aves migradoras e a extinção dos últimos linces pardel, pois estes pequenos carnívoros (dos quais somente uma trintena deve subsistir ainda na região) alimentam-se de coelhos, animais também em vias de desaparecer.

Por outro lado, para arranjar lugar para os morangueiros, já foram arrasados pelo menos 2.000 hectares de floresta.

A produção e a exportação destes morangos, produzidos em Espanha, começa um pouco antes do fim do Inverno e termina nos princípios do mês de Junho.

Os trabalhadores devem nessa altura voltar às suas casas ou exilar-se algures em Espanha… Se contraíram doenças por causa dos produtos nocivos que respiraram, têm o direito de se tratar... à sua própria custa. A maior parte dos produtores destes morangos espanhóis utiliza mão-de-obra marroquina, trabalhadores sazonais ou clandestinos, mal pagos e alojados em condições precárias. Para se aquecerem à noite durante o Inverno, estes trabalhadores queimam os resíduos dos plásticos que cobrem os morangueiros.

De qualquer modo, todos os anos no fim da época desta cultura, as cinco mil toneladas de plásticos utilizados serão levados pelo vento, enterrados de qualquer maneira e em qualquer sítio, ou queimados no local...

Não será necessário dizer que nesta região da Andaluzia, onde prospera esta aberrante agricultura, as doenças pulmonares e de pele estão em franca progressão.

Quem se preocupa com isso?

Ninguém!


Por que razão os meios de comunicação não falam sobre o assunto? Mistérios do que não é política nem economicamente correcto...
Quando a região estiver completamente vandalizada e a produção for demasiado onerosa, os produtores transferirão tudo para Marrocos, país onde, aliás, já começaram a instalar-se. Mais tarde, irão provavelmente para a China... E a população europeia que estiver ainda viva, encontrar-se-á doente ou no desemprego... mas feliz por comprar produtos baratos...


Que podemos fazer para combater esta tendência?

Cada um de nós é livre de agir em consciência e com conhecimento de causa: comprar ou boicotar a compra de qualquer artigo que não seja produzido em conformidade com as leis da natureza e/ou dos direitos humanos.
Todos podemos escolher fazer um boicote pessoal. E se a maioria dos cidadãos assim procedesse, os grandes "tubarões" da economia seriam obrigados a mudar os seus métodos, sob pena de também eles porem em perigo a sua própria existência.


A escolha está nas mãos de cada cidadão!


2 comentários:

Mona Lisa disse...

Olá Mena

Há muito que deixei de os comer.

São lindos...apenas por fora!

Bjs.

mfc disse...

Uiiiiiiiiiiii... vou já avisar as gentes cá de casa!