segunda-feira, 31 de maio de 2010

A praia




Justé e Greta ficaram, como disse anteriormente, encantadas com o nosso país, com as paisagens ondulantes, com as praias e com o nosso mar. Chegadas a Salir, não resistiram ao apelo mudo do grande monte de areia e subiram-no alegremente.
Lá de cima, não se cansavam de nos acenar e as suas gargalhadas chegavam até nós, vindas de muito longe.
Estiveram por lá a acenar, a gritar, a rir, a espreitar todos os recantos, a apanhar algumas plantas, desconhecidas para elas.

Enquanto por lá andavam, aproveitei e tirei umas fotos à paisagem circundante.



Bebemos a água da pequena bica...

A Joana tirou fotos à água que corria, à água que subia para as nossas bocas, ao repuxo que a água fazia... E ficaram bonitas as fotos! Ela vai gravar um DVD com as muitas fotos tiradas naquela tarde, depois mostrá-las-ei...

Depois, foi a vez das meninas descerem o monte a correr, a rebolar, a rir às gargalhadas...

O passeio continuou divertido...



A palavra poética

Palavras de memória

Praia

Na luz oscilam os múltiplos navios
Caminho ao longo dos oceanos frios

As ondas desenrolam os seus braços
E brancas tombam de bruços

A praia é longa e lisa sob o vento
Saturada de espaços e maresia

E para trás de mim fica o murmúrio
Das ondas enroladas como búzios.


Sophia de Mello Breyner Andresen


Este poema é constituído por quatro estrofes de dois versos cada: dísticos. No primeiro dístico há rima consoante, grave e emparelhada (AA); o segundo não tem rima (versos soltos ou brancos), mas a musicalidade consegue-se através da aliteração em b, br e s: "...os seus braços / E
brancas tombam de bruços".
No terceiro também não há rima, conseguindo-se a musicalidade, pelo recurso à aliteração em l, s e z: "...é longe e lisa(...) / Saturada de espaços e maresia".
No quarto, há rima consoante imperfeita ou toante "...murmúrio / búzio". O ritmo é, em geral ternário: "As ondas / desenrolam / os seus braços // E brancas / tombam / de bruços".
A métrica é irregular, predominando o verso decassilábico. No último dístico existe encavalgamento ou transporte com carácter conclusivo.
Predomina o vocabulário relacionado com o ambiente marítimo (campo lexical): a praia, o mar, os barcos, as ondas, o vento, a maresia, os búzios. A simbologia é, neste poema, um elemento importante na descodificação da mensagem:
- "praia longa e lisa": extensão, distância, princípio e fim;
- "o vento!: o ar em movimento que sugere vida e força;
"búzios": símbolos de sonoridade longa e distantemente repercutida (eco).
As sensações são também uma constante neste poema:
- sensação táctil: "Caminho ao longo dos oceanos frios"; "A praia é longa e lisa";
- sensação visual: "E brancas tombam...";
- sensação olfactiva: "Saturadas de ... maresia";
- sensação auditiva: "...o murmúrio / Das ondas enroladas como búzios".
Temos ainda, neste poema:
- a intersecção de um plano horizontal (praia, navio, oceano, ondas, vento) e de um plano vertical (luz, tombam e mastros dos navios);
- o sujeito poético, subentendido no início do segundo verso do primeiro dístico e explícito na última estrofe ("para trás de mim").
Todos os verbos estão no presente do indicativo, significando permanência e continuidade. A adjectivação é bastante expressiva: "múltiplos navios", "oceanos frios", "E brancas tombam...", "A praia é longa e lisa" (dupla adjectivação), "Saturada de espaços...", "ondas enroladas...".
Existem também ao longo do poema verbos expressivos, significando dinamismo: oscilam, caminho, desenrolam, tombam...; e nomes também bastante expressivos e sugestivos: praia, luz, navios, oceanos, ondas, vento, espaços, maresia, murmúrio, búzios...
As figuras de estilo são:
- a metáfora: "Caminho ao longo dos oceanos frios";
- a personificação: "As ondas desenrolam os seus braços / E brancas tombam de bruços";
- a comparação: "... o murmúrio / Das ondas enroladas como búzios".
Em todo o texto, encontramos apenas um ponto final, deixando-se que a pontuação seja descoberta no ritmo da leitura (índice de modernidade), característica da poesia desta poetisa.






Trabalhinhos:


A Mena na cozinha

Pêssegos escondidos

2 saquetas de gelatina de pêssego
1 lata de pêssego em calda
4+4 dl de água

Corte duas metades de pêssegos em caldas em fatias. Reserve mais uma metade para a decoração. Prepare uma saqueta de gelatina com 4 dl de água a ferver. Verta um pouco deste preparado na forma e disponha as fatias de pêssego a seu gosto. Leve ao congelador para arrefecer. Deite o resto da gelatina sobre os pêssegos e leve ao frigorífico.
Escorra os pêssegos restantes e reduza-os a puré. Faça a outra gelatina com 4 dl de água fervente e misture-lhe o puré dos pêssegos, mexendo bem. Deite este preparado sobre a gelatina reservada e leve de novo ao frigorífico.

Desenforme e enfeite a gosto.
Delicie-se!

sábado, 29 de maio de 2010

"We are so different... but still we are the same."




Aqui ficam mais umas fotos do nosso passeio com as meninas lituanas.
Elas ficaram encantadas com o nosso mar "Atlantic Ocean, the second largest of the earth's four oceans and the most heavily traveled. Only the Pacific Ocean is larger." Agradeceram a informação e exclamaram "it's so beautiful!"

Este intercâmbio cultural, inserido no Programa COMENIUS, visa melhorar a qualidade e reforçar a dimensão europeia da educação, desde o ensino pré-escolar até ao secundário, bem como dos estabelecimentos e organizações que oferecem esses mesmos níveis de ensino, de modo a atingir todos os intervenientes e agentes da actividade educativa.

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:
· Desenvolver o conhecimento e sensibilizar os jovens e o pessoal educativo para a diversidade e para o valor das culturas e das línguas europeias;
· Ajudar os jovens a adquirir as aptidões e as competências básicas de vida, necessárias ao seu desenvolvimento pessoal, à sua futura vida profissional e a uma cidadania europeia activa.

OBJECTIVOS OPERACIONAIS:
· Melhorar em termos qualitativos e aumentar em termos quantitativos a mobilidade de alunos e de pessoal educativo nos diferentes Estados-membros da União Europeia;
· Melhorar em termos qualitativos e aumentar em termos quantitativos as parcerias entre escolas de diferentes Estados-membros da União Europeia, pretendendo-se a participação de, pelo menos, três milhões alunos em actividades educativas conjuntas, durante a vigência do Programa Aprendizagem ao Longo da Vida (2007-2013);
· Incentivar a aprendizagem de línguas estrangeiras modernas;
· Apoiar o desenvolvimento de conteúdos, serviços, pedagogias e práticas inovadoras, com base no uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC), no domínio da aprendizagem ao longo da vida;
· Reforçar a qualidade e a dimensão europeia da formação de professores;
· Apoiar a melhoria dos métodos pedagógicos e da gestão das escolas.









A palavra poética

As palavras

São como cristal,

as palavras.

Algumas, um punhal,

um incêndio.

Outras,

orvalho apenas.


Secretas vêm, cheias de memória.

Inseguras navegam:

barcos ou beijos,

as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,

leves.


Tecidas são de luz

e são a noite.

E mesmo pálidas

verdes paraísos lembram ainda.


Quem as escuta? Quem

as recolhe, assim,

cruéis, desfeitas,

nas suas conchas puras?





Eugénio de Andrade


Este poema é constituído por quatro estrofes, duas sextilhas e duas quadras. Existe apenas uma rima cruzada, pobre e consoante. Todos os outros versos são soltos ou brancos. O poema divide-se em duas partes: a primeira constituída pelas primeiras três estrofes e a segunda pela última. Na primeira parte, o sujeito poético descreve as palavras e na última põe uma série de interrogações – perguntas retóricas - chamando a atenção do leitor para o seu papel de descodificador.

As palavras são comparadas com um cristal, pois estas, como os cristais, podem adquirir vários significados (polissemia), podem ser claras, transparentes, belas, brilhantes... são “multifacetadas”. As palavras são ainda identificadas com um punhal, significando toda a agressividade, dor e sofrimento que podem carregar; um incêndio, pois podem queimar, destruir; e finalmente como orvalho “apenas”, palavras suaves capazes de despertar a calma, a brandura, o amor.

As palavras, diz na segunda estrofe, são essenciais na comunicação entre os seres humanos e intemporais, pois têm carregado através dos tempos as histórias e os segredos dos homens. Mas as palavras também causam insegurança e agitam as pessoas, fazendo-as estremecer como os barcos, que agitam as águas e os beijos que também fazem estremecer.

Na terceira estrofe, o sujeito lírico atribui algumas características às palavras: desamparadas, inocentes e leves. São características que conferem alguma fragilidade às palavras, mas não nos devemos esquecer que as palavras podem ser usadas de várias formas, com vários tons, uma palavra “leve” e “inocente” pode ofender, caluniar... “Tecidas são de luz / e são a noite” - esta metáfora antitética alerta-nos para a conotação das palavras: há palavras que surgem cobertas de luz, são claras, transparentes, mas estas mesmas palavras podem também ser a noite, podem ser negras, escuras, sombrias. “E mesmo pálidas / verdes paraísos lembram ainda”- nestes versos, o eu lírico afirma que as palavras podem não ser intensas nem coloridas, mas ainda assim podem ser aprazíveis e alegres, lembrando o paraíso.

O poema termina com duas interrogações retóricas. O sujeito poético chama assim a atenção do leitor, dizendo-lhe que deve interpretar as palavras de acordo com a sua experiência de vida, com o seu modo de sentir, é o leitor que vai receber as palavras nas suas conchas puras, atribuindo-lhe um sentido.

Figuras de estilo presentes no poema:

- comparação: “São como um cristal, as palavras.” ;

- metáfora – “Secretas vêm, cheias de memória. Inseguras navegam (…).”, “Tecidas são de luz”, “ (…) são noite.”;
- antítese – “Tecidas são de luz e são noite.”;

- enumeração – “(…) cruéis, desfeitas (…).”, “Desamparadas, inocente, leves (…)”;

-interrogações retóricas – Quem as escuta? Quem as recolhe (…) nas suas conchas puras?”.

- hipérbato – “São como um cristal, as palavras.”






Trabalhinho: brincos feitos pela minha filhota.




A Mena na cozinha

Salada Primavera

Queijo
1 lata de jardineira
1 vermelho
pepinos de conserva
1 lata de cogumelos laminados
3 ovos cozidos
3 latas de atum
sal
pimenta

Justé trouxe-nos também este queijo, que segundo ela é o mais famoso do seu pais. Nós não gostámos! Não tinha qualquer sabor. Solução, utilizá-lo com outros ingredientes para o comermos, pois não gosto de estragar comida. Assim, parte dele foi empregue nesta receita e o resto temperámos com sal, pimenta, orégãos e um fiozinho de azeite. E ficou muito melhor, muito melhor mesmo!


Coloque num escorredor a jardineira, os cogumelos laminados, o pimento e o queijo cortados em cubos, os pepininhos às rodelas.

Corte os ovos cozidos em pedaços pequenos e desfaça o atum, juntando tudo ao preparado anterior. Tempere com sal e pimenta. Envolva bem todos os ingredientes.

Enfeite e tempere com azeite e vinagre ou com maionese (se preferir).
Bom apetite!