sábado, 31 de maio de 2008

O melhor do mundo são as crianças

1 de Junho - Dia Mundial da Criança


Sabias que o primeiro Dia Mundial da Criança foi em 1950?

A ideia de criar um dia para os mais pequenos surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1945. Muitos países da Europa, do Médio Oriente e a China entraram em crise e, por causa disso, havia crianças a viver em más condições. Muitos pais não tinham dinheiro, então tiravam os filhos da escola e punham-nos a trabalhar. Na Europa, mais de metade das crianças não sabia ler nem escrever e tinham também péssimas condições de saúde. Em 1946, um grupo de países da ONU (Organização das Nações Unidas) começou a tentar resolver o problema. Foi assim que nasceu a UNICEF.
Mesmo assim, era difícil trabalhar para as crianças, uma vez que nem todos os países do mundo estavam interessados nos direitos das crianças. Assim, a Federação Democrática Internacional das Mulheres apresentou uma proposta às Nações Unidas para que se comemorasse um dia dedicado às crianças de todo o mundo, proclamando os seus direitos.
Este dia foi comemorado pela primeira vez a 1 de Junho desse ano.
Com a criação deste dia, os estados-membros das Nações Unidas reconheceram às crianças, independentemente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social, o direito a:
- amor, afecto e compreensão;
- alimentação adequada;
- cuidados médicos;
- educação gratuita;
- protecção contra todas as formas de exploração;
- crescer num clima de Paz e Fraternidade universais.
Mas só nove anos depois, em 1959, é que estes direitos das crianças passaram para o papel.
A 20 de Novembro desse ano, várias dezenas de países que fazem parte da ONU aprovaram a "Declaração dos Direitos da Criança".
Trata-se de uma lista de 10 princípios que, se forem cumpridos em todo o lado, podem fazer com que todas crianças do mundo tenham uma vida digna e feliz.
O Dia Mundial da Criança foi muito importante para os direitos das crianças, mas mesmo assim nem sempre são cumpridos. Então, quando a "Declaração" fez 30 anos, em 1989, a ONU também aprovou a "Convenção sobre os Direitos da Criança", que é um documento muito completo com um conjunto de leis para protecção dos mais pequenos (tem 54 artigos!).
Esta declaração é tão importante que em 1990 se tornou lei internacional!

A UNICEF

Depois da 2ª Guerra Mundial (1939-1945), as crianças de vários países da Europa viviam em muito más condições, sem saúde, casa, estudos ou alimentação.
Para as ajudar foi criado um "Fundo Internacional de Emergência para as Crianças", a 11 de Dezembro de 1946. Quem apadrinhou esta criação foi a ONU (Organização das Nações Unidas). Mais tarde, esta entidade ficou conhecida como UNICEF.
Alguns anos mais tarde, estes países começaram a poder tomar conta das suas crianças, sem a ajuda do "Fundo Internacional...".
No entanto, havia milhões de crianças de países pobres que continuavam ameaçadas pela fome e pela doença (principalmente em África, na Ásia, na América Latina e no Médio Oriente).
Assim, em 1953, a pequena entidade torna-se um membro constante das Nações Unidas e passa a chamar-se "Fundo das Nações Unidas para a Infância", mas mantendo a sigla que a tornou conhecida no mundo inteiro: UNICEF.
Desde então, a UNICEF ajuda milhões de crianças e trabalha em mais de 140 países em vias de desenvolvimento através de programas de saúde, educação, nutrição, água e saneamento. O objectivo é melhorar as vidas de muitas crianças sem condições.
O dinheiro que a UNICEF usa vem de doações voluntárias do governo, de organizações não governamentais e de pessoas comuns.
A UNICEF também está em Portugal e o seu objectivo principal é recolher fundos para os programas mundiais de ajuda a crianças. Também serve para informar e sensibilizar as pessoas para as necessidades e direitos de todas as crianças, onde quer que vivam.
Assim, pode dizer-se que o Dia Mundial da Criança serve para lembrar um grande problema mundial: o esquecimento dos direitos das crianças.

Os 10 mandamentos da criança aos pais

1. As minhas mãos são pequenas: por favor, não esperem a perfeição ao fazer a cama, desenhar, atirar e agarrar uma bola.
As minhas pernas são pequenas: por favor, abrandem para eu vos poder acompanhar.

2. Preciso de encorajamento para crescer. Por favor, sejam brandos nas vossas críticas. Lembrem-se: podem criticar o que faço sem me criticarem a mim.

3. Os meus olhos não vêem o mundo do mesmo modo que os vossos. Por favor, deixem-me explorá-lo em segurança. Não me impeçam de o fazer sem necessidade.

4. Os meus sentimentos ainda estão tenros. Não impliquem comigo o tempo todo. Tratem-me como desejariam ser tratados.

5. As tarefas domésticas estão sempre a precisar de ser feitas. Só sou pequeno por pouco tempo. Por favor, percam tempo a explicar-me as coisas deste fantástico mundo em que vivemos e façam-no de boa vontade.

6. Por favor, não vão "fazer por cima" tudo o que eu faço. Isso dá-me a ideia de que os meus esforços nunca alcançam as vossas expectativas.
Sei que é difícil, mas não me comparem a outras crianças.

7. A minha existência é uma dádiva. Cuidem de mim como é esperado, responsabilizando-me pelas minhas acções, dando-me linhas de orientação e disciplinando-me de um modo afectuoso.

8. Por favor, não tenham medo de ir passar fora um fim-de-semana. Os filhos precisam de férias dos pais como os pais precisam de férias dos filhos. É uma bela maneira de mostrarem como a vossa relação é especial.

9. Por favor, dêem-me a liberdade para tomar decisões que me dizem respeito. Deixem-me falhar, para que eu possa aprender com os meus erros. Assim, um dia estarei preparado para tomar as decisões que a vida me exigirá.

10. Por favor, dêem-me todas as oportunidades para eu aprender e bons exemplos para eu seguir. Assim, poderei tornar-me numa pessoa verdadeira, recta e humana.



Um poema lindo de um GRANDE POETA:

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa

Expectativas


Prémio Brilhante e Excelente:


Recebi estes dois prémios duma amiga querida, a Dulce. Muito obrigada, Dulce, por te teres lembrado de mim, é sempre bom sabermos que somos queridas.
Agora, vou passá-lo a todas as amigas que visito e me visitam, porque todas têm um blogue excelente e brilhante.


Receitas

Eis o menu que os meus filhotes escolheram para o Dia Mundial da Criança:

Creme de legumes
Frango de caril à minha moda com arroz branco
Arroz doce tropical



Frango de caril à minha moda


Um frango ou galinha com cerca de 1,5 kg
100 g de presunto
2 cebolas
2 dentes de alhos
50 ml de azeite
2 dl de vinho branco
2 colheres de sopa de concentrado de tomate
2 colheres de sopa de farinha
2 colheres de sopa de caril em pó
1 raminho de salsa
sal e pimenta
uma malagueta grande
1 folha de louro

Arranje o frango, tirando-lhe a pele e corte-o aos bocados. De seguida, corte o presunto em tiras finas, pique a cebola e o alho, corte a malagueta aos pedaços. Refogue tudo no azeite e junte a carne, alourando-a um pouco. Regue com o vinho. Deixe apurar um pouco e acrescente o concentrado de tomate, o louro e um pouco de água a ferver. Tempere com sal e pimenta. Tape e deixe cozer em lume brando cerca de 40 minutos. À parte, misture a farinha com o caril e dissolva num pouco de água morna. Envolva na carne. Deixe cozinhar, em lume brando, até o molho ganhar consistência. Rectifique os temperos, polvilhe com salsa picada e sirva com arroz branco.


Arroz branco da avó

Leve ao lume um tacho com 0,5 l de água temperada com sal, umas gotas de limão e com um fiozinho de azeite. Quando começar a ferver, acrescente 200 g de arroz e mexa bem. Deixe cozer 12 minutos.
Este arroz fica branquíssimo.


Arroz doce tropical

1 lata de leite de coco
1 l de água
1,5 copo de arroz
1 copo de açúcar
1 pau de canela
casca de limão
sal
1 colher de sopa de margarina ou de manteiga
canela em pó

Coloque a água num tacho com uma pitada de sal, o pau de canela, a casca de limão e a margarina. Deixe ferver um bocadinho e deite o arroz. Deixe cozer 15 minutos e deite o leite de coco. Deixe cozinhar mais 5 minutos e junte o açúcar. Deixe mais um pouco a cozinhar. Quando o arroz estiver cozido, mas ainda com algum leite, tire-o do lume. Tire também a casca de limão e o pau de canela. Se tiver cascas de coco, coloque aí o arroz e polvilhe com canela. Deixe arrefecer, coloque no frigorífico e sirva mais tarde.

Dicas: Se gostar de um sabor mais intenso a coco substitua parte da água por leite de coco. Substitua, por exemplo, 0,5 l de água pela mesma quantidade de leite de coco. É nesta mistura que se coze o arroz.
Se não tiver leite de coco, mas tiver em casa coco ralado, faça o leite de coco, juntando 1,5 l de água ao coco ralado, misture bem e depois esprema muito bem. Ficará uma água esbranquiçada e é nessa água que cozerá o arroz.

Bom apetite!


Trabalhinhos: uma toalhina de chá feita em parceria com a minha mãe.




Um colar feito pela minha filhota em trapilho, com dois tons de verde e contas de vidro e de madeira.

Bom Dia Mundial da Criança na companhia das crianças que enfeitam a nossa vida!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

É proibido proibir

Maio de 68

No site da Fundação Mário Soares podemos ver uma útil cronologia dos principais acontecimentos do Maio de 68.

Maio de 68: os slogans

Il est interdit d'interdire
É proibido proibir
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Soyez réalistes, demandez l'impossible
Sejam realistas, exijam o impossível
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L'imagination au pouvoir
A imaginação ao poder
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Le patron a besoin de toi, tu n'as pas besoin de lui
O patrão precisa de ti, tu não precisas dele
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Le réveil sonne: première humiliation de la journée
O despertador toca: primeira humilhação do dia
.
Tout pouvoir abuse. Le pouvoir absolu abuse absolutement.
Todo o poder abusa. O poder absoluto abusa absolutamente.

.Travailleur : tu as 25 ans mais ton syndicat est de l'autre siècle
Trabalhador, tens 25 anos, mas o teu sindicato é de outro século
.
L'âge d'or était l'âge où l'or ne régnait pas
A idade de ouro era a idade onde o ouro não reinava.
.
Nous ne voulons pas d'un monde où la certitude de ne pas mourir de faim s'échange contre le risque de mourir d'ennui
Não queremos um mundo onde a certeza de não se morrer de fome se troca contra o risco de morrer de aborrecimento
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Sous les pavés, la plage
Sob as calçadas, a praia
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L'alcohol tue. Prenez du LSD
O álcool mata. Tomem LSD
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La poésie est dans la rue
A poesia está na rua
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Un homme n'est pas stupide ou intelligent: il est libre ou il n'est pas
Um homem não é estúpido ou inteligente. É livre ou não é
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Je suis marxiste, tendance Groucho
Sou marxista, tendência Groucho
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A bas le réalisme socialiste. Vive le surréalisme!
Abaixo o realismo socialista. Viva o surrealismo!
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Cours camarade, le vieux monde est derrière toi
Corre camarada, o velho mundo está atrás de ti
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On ne revendiquera rien.
On ne demandera rien.
On prendra. On occupera.
Não reivindicaremos nada.
Não pediremos nada.
Conquistaremos. Ocuparemos.
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Plus je fais l'amour, plus j'ai envie de faire la Révolution.
Plus je fais la Révolution, plus j'envie de faire l'amour.

Quanto mais faço amor, mais vontade tenho de fazer a Revolução.
Quanto mais faço a Revolução, mais vontade tenho de fazer amor.
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Le droit de vivre ne se mendie pas, il se prend
O direito de viver não se mendiga, toma-se
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Professeurs, vous êtes aussi vieux que votre culture
Professores, vocês são tão velhos quanto a vossa cultura
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Prenons la révolution au sérieux, mais ne nous prenons pas au sérieux
Tomemos a revolução a sério, mas não nos levemos a sério
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Quand l'assemblée nationale devient un théâtre bourgeois tous les théâtres bourgeois doivent devenir des assemblées nationales
Quando a assembleia nacional se transforma num teatro burguês, todos os teatros burgueses devem transformar-se em assembleias nacionais
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Ouvrons les portes des asiles, des prisons, et autres facultés
Abramos as portas dos asilos, das prisões, e outras faculdades
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L'art est mort, libérons notre vie quotidienne
A arte morreu, libertemos a nossa vida quotidiana
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L'art est mort. Ne consommez pas son cadavre
A arte morreu. Não consumam o seu cadáver
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L'humanité ne sera vraiment heureuse que lorsque le dernier des capitalistes aura été pendu avec les tripes du dernier des bureaucrates
A Humanidade só será feliz no dia em que o último capitalista for pendurado com as tripas do último burocrata
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Les réserves imposées au plaisir excite le plaisir de vivre sans réserve.
As reservas impostas ao prazer excitam o prazer de viver sem reserva.
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Ne nous attardons pas au spectacle de la contestation, mais passons à la contestation du spectacle.
Não nos prendamos ao espectáculo da contestação, mas passemos à contestação do espectáculo.
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Ne travaillez jamais
Não trabalharemos mais
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Mais slogans aqui.


Miminhos

Este miminho foi-me oferecido pela Maiu. Obrigada, amiga!

Ofereço esse mimo a todos que me visitam e me deixam palavras doces e de incentivo.
Obrigada! Gracias! Thank's! Merci beaucoup!

Trabalhitos: um travessão para a filhota e um colar para a Carolina.








segunda-feira, 26 de maio de 2008

Amigos para sempre - Amigos para siempre

Hace poco acepté el compromiso de hacer un post para mis amigos en español, para los que asiduamente frecuentan este espacio. Pues bien, es hoy! Para todos ustedes, mis amados visitantes y en especial para la Siry con mucho cariño…


I SENTIMENTI PIÙ DOLOROSI

E LE EMOZIONE PIÙ PUNGENTI,

SONO QUELLI ASSURDI:L'ANSIA DI COSE IMPOSSIBILE,

PROPRIO PERCHÈ SONO IMPOSSIBILE,

LA NOSTALGIA DI CIÒ CHE NON C'È MAI STATO,

IL DESIDERIO DI CIÒ CHE POTREBBE ESSERE STATO,

LA PENA DI NON ESSERE UN'ALTRO,

L'INSODDISFAZIONE PER L'ESISTENZA DEL MONDO.



OS SENTIMENTOS MAIS DOLOROSOS

E AS EMOÇÕES MAIS PUNGENTES,

SÃO AQUELAS ABSURDAS: A ÂNSIA DE COISAS IMPOSSÍVEIS,

MESMO PORQUE SÃO IMPOSSÍVEIS,

A SAUDADE DE TUDO AQUILO QUE NUNCA ESTEVE,

O DESEJO DE TUDO O QUE PODERIA TER ESTADO,

A PENA DE NÃO SER UM OUTRO,

A INSATISFAÇÃO PELA EXISTÊNCIA DO MUNDO.

Fernando Pessoa


Così presto passa tutto quanto passa!

Muore così giovane davanti agli dèi tutto quanto

Muore! Tutto è così poco!

Niente si sa, tutto si immagina.

Circondati di rose , ama, bevi

E taci. Il resto è niente.

(da Odi di Ricardo Reis)


Tão cedo passa tudo quanto passa!

Morre tão jovem ante os deuses quanto

Morre! Tudo é tão pouco!

Nada se sabe,tudo se imagina

Circunda-te de rosas, ama, bebe

E cala. O mais é nada

(Ode de Ricardo Reis)


" BREVE OS DIAS,

BREVE O ANO ,

BREVE TUDO.

FALTA POUCO A SER NADA"


Amigos para sempre - Amigos para siempre


Amistad y amor, poema de Pablo Neruda


Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

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O trem da vida - El tren de la vida





Miminhos!

Recebi este miminho da Chocolate! Obrigada por te teres lembrado de mim, adorei!


MIMO DA THEMIS

Este foi-me oferecido pela Sónia. Muito obrigada, amiga!


Aqui ficam os miminhos para quem quiser levar. Obrigada pelas visitas e pelos comentários sempre tão agradáveis. Um beijinho grande para todas!


Trabalhitos: colares




sexta-feira, 23 de maio de 2008

"O homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado"

Proposta de leitura:

"- É curioso… Nunca plantei uma árvore!
- Pois é um dos três grandes actos, sem os quais, segundo diz não sei que filósofo, nunca se foi um verdadeiro homem… Fazer um filho, plantar uma árvore, escrever um livro. Tens de te apressar, para ser um homem. É possível que talvez nunca prestasses um serviço a uma árvore, como se presta a um semelhante!
- Sim… Em Paris, quando era pequeno, regava os lilases. E no Verão é um belo serviço! Mas nunca semeei."

QUEIRÓS, Eça de, A Cidade e as Serras

A Cidade e as Serras

Jacinto, o “Príncipe da Grã-Ventura” (como lhe chamava o seu amigo José Fernandes), nascera e sempre morara num palácio, nos Campos Elísios, em Paris e estava habituado a todos os luxos e facilidades da civilização. Jacinto era forte e, além de rico, era inteligente. Todas as suas actividades eram votadas ao conhecimento. Detestava o campo, o bucolismo. No seu palácio, amontoavam-se livros de todos os géneros: filosofia, ciência… além dos aparelhos tecnicamente mais avançados para a época. Para Jacinto, “o homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado”.
José Fernandes nasceu em Guiães, nos confins do Douro, estudou em Coimbra e, graças a um tio rico, foi para Paris. Aí conheceu Jacinto. Zé Fernandes não comungava das ideias tecnicistas e mecanizadas de Jacinto. Eram burgueses, boémios, e viviam ambos das rendas das propriedades do Douro. Enquanto percorriam a Cidade Luz, iam filosofando acerca da Civilização. Conversavam sobre a ruralidade, a sociedade, a economia, as vaidades e as humildades. Um dia, Jacinto, enfastiado da vida citadina, decidiu partir para Portugal, com o pretexto de reconstruir a sua casa em Tormes, deslocando para lá todos os confortos do seu palácio parisiense. Mas, o criado perdeu-se com as bagagens, que, por engano, foram remetidas para Alba de Tormes, em Espanha. Jacinto chegou, então, a Tormes apenas com a roupa que trazia vestida.
Em contacto estreito com a natureza, Jacinto descobriu que a civilização não era tudo, como pensava. E numa atitude de encantamento, foi-se integrando na vida produtiva do campo, aplicando os seus conhecimentos técnicos e científicos à realidade de Tormes. E sem romper totalmente com os valores da “civilização”, Jacinto foi-se adaptando ao campo, modernizando as serras e aplicando algumas reformas sociais.
Agora, ao “príncipe da Grã-Ventura”, só faltava um lar. Jacinto logo se apaixonou por Joaninha, prima de Zé Fernandes e casou. Assim, completamente feliz, Jacinto não regressou a Paris.

O espaço rural, simbolizado por Tormes, pelas serras, revela a Jacinto que a Civilização de nada nos vale se não apreciarmos condignamente a Natureza e tudo o que ela tem para nos oferecer. Eça de Queirós pinta-nos as duas realidades, a cidade e as serras, com magníficas descrições, sarapintadas aqui e além de fina ironia.
Eça, escritor realista, descreve-nos a sociedade parisiense e do Douro rural português nos finais do século XIX e faz referências às correntes filosóficas que vigoravam na altura em Portugal: Socialismo, Pessimismo, Liberalismo e Absolutismo.
A história é-nos contada na primeira pessoa por José Fernandes, personagem secundária e narrador homodiegético em quem Eça se revê.

A leitura dá-nos a conhecer os locais onde se passa a acção e ficamos, de certo modo, tentados a partir para Paris, para aí apreciar a agitação, a vida de boémia e de vício ou, então, desfrutar da calma e do aconchego das serranias vinhateiras do nosso lindo Douro.

"Através dos muros seculares, que sustêm as terras liados pelas heras, rompiam grossas raízes coleantes a que mais hera se enroscava. Em todo o torrão, de cada fenda, brotavam flores silvestres."

Estação de Tormes

" e ambos em pé, às janelas, esperamos com alvoroço a pequenina estação de Tormes, termo ditoso das nossas provações."

Igreja de Santa Cruz

"Nos cerros remotos, por cima da negrura pensativa dos pinheirais, branquejavam ermidas. O ar fino e puro entrava na alma, e na alma espalhava alegria e força."

"Assim, vagarosamente e maravilhados, chegámos àquela avenida de faias, que sempre me encantara pela sua fidalga gravidade."

"Para os vales, poderosamente cavados, desciam bandos de arvoredos, tão copados e redondos, um verde tão moço, que eram como um musgo macio onde apetecia rolar."


EMENTA QUEIROSIANA
Baseada na obra: “A Cidade e as Serras”

Presuntos, Salpicão, Queijos, Geleia e Ameixas secas

“Se eu porém aos meus olhos juntar os dois vidros simples de um binóculo de corridas, percebo, por trás da vidraça, presuntos, queijos, boiões de geleia e caixas de ameixas secas”


Caldo de Galinha com Fígado e Moela

“ Uma formidável moça, de enormes peitos que lhe tremiam dentro das ramagens do lenço cruzado, ainda suada e esbraseada do calor da lareira, entrou esmagando o soalho, com uma terrina a fumegar. “Desconfiado (Jacinto), provou o caldo que era de galinha e rescendia. Provou — e levantou para mim, seu camarada de miséria, uns olhos que brilhavam, surpreendidos [...]. E sorriu, com espanto: - Está bom!" Estava precioso: tinha fígado e tinha moela: o seu perfume enternecia: três vezes, fervorosamente, ataquei aquele caldo.“


Arroz de Favas com Frango Alourado

“E já espreitava à porta, esperando a portadora dos pitéus, a rija moça de peitos trementes que enfim surgiu, mais esbraseada, abalando o soalho – e pousou sobre a mesa uma travessa a transbordar de arroz com favas. (…) Jacinto, em Paris, sempre abominara favas!... Tentou todavia uma garfada tímida — e de novo aqueles seus olhos, que pessimismo enevoara, luziram, procurando os meus. Outra larga garfada, concentrada, com uma lentidão de frade que se regala. Depois um brado: - óptimo! Ah, destas favas, sim! Oh que fava! Que delícia!”

“Diante do louro frango assado no espeto e da salada que ele apetecera na horta, agora temperada com um azeite de serra digno dos lábios de Platão, terminou por bradar: - é divino!”


Creme Queimado

“À mesa onde os pudins, as travessas de doce [...]. - Como gostar! Mas é que delira!... Pudera! Tanto tempo em Paris, privado dos pitéus lusitanos...”


Café

“…e reclamava impacientemente o café, um café de Moca, mandado cada mês por um feitor de Dedjah, fervido à turca, muito espesso que ele remexia com um pau de canela”


Vinho de Tormes

“…caindo de alto, da bojuda infusa verde – um vinho fresco, esperto, seivoso, e entrando mais na alma, que muito poema ou livro santo.
Mirando, à vela de sebo, o copo grosso que ele orlava de leve espuma rósea, o meu Príncipe, com um resplendor de optimismo na face, citou Virgílio: - Quo te carmina dicam, Rethica? Quem dignamente te cantará, vinho amável desta serras?”

Trouxe este vídeo do cantinho da Siry. Obrigada, amiga, pelo carinho! A Siry fez um post em português para todos os seus amigos falantes de língua portuguesa, foi mesmo muito querida. Um dia, vou retribui-lhe a gentileza, fica aqui a promessa…

Ah! Se entre Amigos fôssemos gansos!

Na próxima temporada, quando vires os gansos emigrar, dirigindo-se para um lugar mais quente para passar o inverno, repara que voam em forma de "V". Talvez te interesse saber por que eles o fazem assim.

Ao voar em formação de "V"...

O bando inteiro aumenta em 71% o alcance do voo em relação ao de um pássaro voando sozinho.

Lição 1: Compartilhar da mesma direcção e sentido do grupo, permite chegar mais rápida e facilmente ao destino, porque se nos ajudarmos uns aos outros, os resultados serão melhores.

Quando um ganso sai da formação...

Sente a resistência do ar e a dificuldade de voar sozinho.

Então, rapidamente retorna à formação, para aproveitar o poder de elevação dos que estão à sua frente.

Lição 2: Devemos permanecer em sintonia e unidos junto àqueles que se dirigem connosco na mesma direcção, o esforço será menor. Será mais fácil e agradável alcançar as metas. Estaremos dispostos a aceitar e oferecer ajuda.

Quando o ganso líder se cansa...

... Muda-se para o final de formação, enquanto outro assume a dianteira.

Lição 3: Compartilhar a liderança. Respeitarmo-nos mutuamente o tempo todo. Dividir os problemas e os trabalhos mais difíceis. Reunir habilidades e capacidades, combinar dons, talentos e recursos.

Os gansos, enquanto voam em formação, grasnam para dar coragem e alento aos que vão na frente, para que assim mantenham a velocidade.

Lição 4: Quando há coragem e alento, o progresso é maior. Uma palavra de ânimo, dita a tempo, motiva, ajuda, dá forças, produz o melhor dos benefícios.

Quando um ganso adoece, fica ferido ou está cansado...

Deve sair da formação…

Outros saem também da formação e acompanham-no para ajudá-lo e protegê-lo. Permanecem com ele até que morra ou seja capaz de voar novamente; só depois alcançam o bando, ou integram-se noutra formação.

Lição 5: Estejamos unidos um ao lado do outro apesar das diferenças, tanto nos momentos difíceis, como nas horas de trabalho.

Se nos mantivermos ao lado uns dos outros, apoiando-nos mutuamente, unidos. Se tivermos espírito de equipa, apesar das diferenças, poderemos formar um grupo humano para enfrentar todo tipo de situações. Se entendermos o verdadeiro valor de amizade, se tivermos consciência do sentimento de partilha, a vida será mais simples e o voo dos anos será mais aprazível!

AMIGOS... SEJAMOS GANSOS!



Trabalhinhos: toalha feita em parceria com a minha mãe.



Pregadeira desenhada pela minha filhota e executada por mim.




Colar