sábado, 29 de março de 2008

Meditare

Alegrem-se, porque a Primavera está aí e com ela tudo fica mais bonito, mais colorido. Aqui fica um presente para todas as minhas visitantes. Tenham um belíssimo fim-de-semana!


Vamos relaxar com

Meditação

A palavra meditação vem do Latim, meditare, que significa Voltar-se para o centro no sentido de desligar-se do mundo exterior e voltar a atenção para dentro de si.

A meditação é um estado que é vivenciado quando a mente se torna vazia e sem pensamentos.

As nossas mentes encontram-se a pensar continuamente no passado (memórias) e no futuro (expectativas). No entanto, é possível diminuir a velocidade dos nossos pensamentos para podermos observar um silêncio mental em que apenas nos interessa o momento presente. Através da meditação, é possível obter um total descanso numa posição sentada e assim dissolver preocupações e problemas que bloqueiam a nossa mente.

Os três passos principais no desenvolvimento da meditação:

1 - Regular o Corpo

  1. Escolhe uma posição confortável e descontraída;
  2. Senta-te com as costas direitas;
  3. Relaxa os ombros;
  4. Coloca as mãos ao nível do estômago com as costas da mão direita por cima da palma da mão esquerda, os dedos estendidos e os polegares a tocarem-se;
  5. Põe o queixo para dentro e fecha a boca;
  6. Estica o pescoço, com a língua a tocar o palato;
  7. Foca a tua atenção na respiração e sorri levemente.

Posição de lótus completo: o pé esquerdo apoiado sobre a coxa direita e o pé direito apoiado sobre a coxa esquerda. Posição de meio lótus: o pé esquerdo apoiado sobre a coxa direita ou o pé direito sobre a coxa esquerda. Há pessoas que não conseguem sentar-se em nenhuma destas posições, por isso podem sentar-se à maneira japonesa, ou seja, com os joelhos dobrados e o tronco apoiado sobre ambas as pernas. Com alguma espécie de acolchoado sob os pés, uma pessoa pode facilmente permanecer nessa posição por uma hora ou uma hora e meia.

Mantém as costas erectas. Isso é muito importante! O pescoço e a cabeça devem ficar alinhados com a coluna. A postura deve ser recta, mas não rígida. Mantém os olhos semi-abertos, focalizados a uns dois metros à tua frente. Mantém um leve sorriso. Agora começa a seguir a tua respiração e a relaxar todos os músculos. Procura manter a tua coluna erecta e segue a tua respiração. Abandona-te inteiramente. Se quiseres relaxar os músculos do teu rosto, contraídos pelas preocupações, medos e tristeza, sorri. Quando o leve sorriso surge, todos os músculos faciais se relaxam. Quanto mais tempo sorrires, melhor.

À altura do ventre, pousa a tua mão esquerda com a palma voltada para cima sobre a palma da mão direita. Solta todos os músculos dos dedos, braços e pernas. Solta-te toda como se fosses uma planta aquática que flutua imóvel na corrente. Não te prendas a nada a não ser à respiração e ao teu leve sorriso.

2 - Regular a Respiração

1. Respira profundamente duas vezes para ajudar a relaxar.

2. Relaxa da cabeça para o pescoço e depois para a cintura até à ponta dos dedos dos pés até que todo o corpo esteja confortável e relaxado.

3. Depois foca a tua atenção na respiração, a nível da ponta do nariz, ou a nível do estômago/peito.

4. Deixa a respiração regular-se naturalmente. Se a inspiração/expiração for curta, é curta. Se for comprida, é comprida. Deixa-a ser aquilo que tiver de ser.

3 - Regular a Mente

1. Mantém a tua atenção na respiração e nos seus vários aspectos. Quando verificares que a tua mente está a vaguear, restabelece a tua atenção de novo na respiração.

Para os principiantes, convém não ficar sentado além de vinte ou trinta minutos. Durante esse tempo tens de ser capaz de obter descanso total. A técnica para tal reside em duas coisas: observar e soltar, observar a respiração e soltar tudo o mais. Solta cada músculo do teu corpo. Após uns quinze minutos, uma serenidade profunda poderá ser alcançada, enchendo-te interiormente de paz e contentamento. Mantém-te nessa quietude. Esta prática é dos melhores remédios para aliviar o stress.

A duração de uma sessão de meditação é de vinte a trinta minutos. Praticantes experientes observam frequentemente que as suas sessões de meditação se prolongam com o tempo.





Boa meditação!


Trabalhinhos:

Brincos com pérolas e contas de vidro e murano, arame de cobre e de ouro.
Bases para copos em linho com remate em renda.
Troquinha: O que eu enviei à Lucinda
e o que ela me enviou

quarta-feira, 26 de março de 2008

“As pessoas antes de serem grandes começam por ser pequeninas!"


Ainda o Teatro...

Fechemos os olhos e façamos uma viagem ao passado. Viajemos até à nossa infância e brinquemos, outra vez. Sonhemos como só sonham as crianças…

Depois de subir o pano, ouve-se um tambor que se vai afastando. Quando já mal se ouve o tambor, o Boneco levanta-se, e vai espreitar ao fundo, lá para fora. Entretanto, a Boneca senta-se e está admirada de ver o Boneco a andar. Quando o Boneco volta para o seu lugar, fica admirado de ver a Boneca sentada a olhar para ele.

É desta forma que inicia o texto dramático Antes de Começar de Almada Negreiros. É desta forma que nós podemos partilhar com aquelas duas personagens, o Boneco e a Boneca, um sonho: sentir que os nossos brinquedos podem ganhar vida, podem falar, sentir.


Ao longo de uma cena apenas, Almada Negreiros faz falar os sentimentos simples, as certezas e incertezas do coração, faz-nos, em suma, reflectir sobre aquilo que somos, como pensamos e sentimos. É uma reflexão sobre a precariedade da vida, sobre o que acontece quando as pessoas seguem a cabeça e não ligam ao coração. Podemos encontrar neste texto frases tão simples e belas, como estas: “Ah!... Eu sou como as crianças... só sei o do que já aconteceu comigo!..”.; “O que uma pessoa é por fora é igual ao que é por dentro! É uma coisa só...”; “A quem não acredita no coração tudo serve de engano”; " Acredita no coração! Ele sabe de cor o que quer!... Não foi necessário ao coração ir aprender o que queria... a nossa cabeça é que precisa de aprender o que quer o coração!"



Este texto - Antes de Começar - é, habitualmente, lido e analisado no 8º Ano. É nessa altura, também, que os alunos tomam conhecimento da versatilidade de Almada Negreiros - artista plástico, poeta, ensaísta, romancista, dramaturgo e coreógrafo. Nascido em São Tomé e Príncipe, no dia 7 de Abril de 1893, veio para Portugal ainda criança, tendo feito os estudos em Lisboa e Coimbra.

Esta peça é marcada pelo diálogo vivo entre um Boneco e uma Boneca que descobrem que se mexem e falam como as pessoas. Assim, O boneco não sabe que a boneca se mexe como as pessoas, a boneca não sabe que o boneco se mexe como as pessoas e as pessoas não sabem que o boneco e a boneca se mexem como elas. Através de um diálogo inocente, as personagens vão-se descobrindo a si próprias a pouco e pouco e de uma forma simples e surpreendente, despertam-nos para a verdadeira importância, quer das emoções, quer da razão.

Almada Negreiros, único grande dramaturgo português do séc. XX, construiu uma fábula emocionante e simples: não são animais que falam, são dois seres que, criados por seres humanos, se animam na ausência desses seres.

Boneco e boneca, soprados de vida, vêem o mundo das pessoas; o mundo das pessoas grandes e o mundo das pessoas pequeninas porque "as pessoas antes de serem grandes começam por ser pequeninas!". O boneco revela as poucas certezas do pequeno mundo que conhece; a boneca conta o que lhe aconteceu e que é tudo o que sabe. Ambos aprendem que o coração, ao invés da cabeça, sabe sempre o que quer.

Vamos ao Teatro?

Vale mesmo a pena ver esta peça. Os meus alunos adoraram ir ao teatro, para alguns foi a 1.ª vez. Iam com receio de não gostarem, de apanharem uma "valente seca", mas não, no fim, perguntaram se podíamos ir mais vezes.


Colhi estes amores-perfeitos no meu jardim para oferecer a todas as meninas que me visitam.

Prémios e miminhos oferecidos pelas minhas amigas virtuais:


Estes foram-me oferecidos por: maravilhasdocroche.blogspot.com


Este foi-me oferecido por: nile-santos.blogspot.com
E o texto que se segue também.

Para você que está do outro lado da telinha
Obrigado a você que me visita e me dá apoio para continuar
Obrigado a você que me envia os teus carinhos e mimos
Para o meu coração
Para meu blogue e meu emiauuuu!!!!!
A você que divide as suas alegrias dúvidas e tristezas
A você que ouve as minhas alegrias e tristezas
A você que compartilha comigo as mensagens e arquivos
O meu muito Obrigado
TE AMO
Quero que aceite este pequenino mimo como uma recordação do amor de amigas.
Gostaria de enviar uma por uma mas não conseguirei terminar este ano, então deixo aqui para todas as minhas amigas levarem para seu blogue.
COM CARINHO,

Mena


Este foi-me entregue por: gra-elmundomagicodelasagujas.blogspot.com

Deixo aqui estes prémios e miminhos para todos os que me visitam, levarem. Obrigada, amigas! Vocês são o máximo!
Beijinhos

segunda-feira, 24 de março de 2008

Vamos ao teatro?

Um passeio triste

Estes nenúfares habitavam uma quinta, outrora lindíssima. Hoje, está num estado tal de abandono e de degradação que dá pena. Eu, os meus irmãos e as minhas primas costumávamos ir brincar para a quinta de Santo António, quando éramos pequenos, porque os filhos dos proprietários eram da nossa idade. Tinha um grande jardim com flores, plantas e árvores belíssimas, um lago povoado com nenúfares e onde nadavam cisnes e patos com as suas ninhadas. Na quinta, havia todo o género de animais domésticos, desde o mais pequeno ao maior: galinhas com os seus pintainhos, patos, gansos, porcos, ovelhas, cavalos, vacas... Havia imensos empregados que cuidavam das terras, dos animais, da casa. Faziam doces com os frutos das muitas árvores que existiam por ali, marmelada, queijos e manteiga com o leite das vacas, das ovelhas e das cabras. Ao lanche, bebíamos leite fresco, acompanhado com pão caseiro barrado com doce, manteiga, queijo ou marmelada. Era uma alegria sempre que nos juntávamos ali, dávamos grandes passeios, fazíamos barquinhos que púnhamos a navegar no lago, brincávamos às escondidas, ajudávamos a tratar dos animais, escovávamos e penteávamos os cavalos...
Hoje, passei por lá para mostrar aos meus filhos um pedaço da minha juventude e foi a custo que consegui segurar as lágrimas. Tudo abandonado, a casa quase destruída, os campos cheios de silvas e caniços, o lago desabitado e totalmente poluído. Foi triste ver um lugar tão lindo completamente abandonado...


27 de Março – Dia Mundial do Teatro

Origens do teatro

O teatro esteve presente desde sempre na vida do ser humano.


Se pensares no teu dia-a-dia, verás que representas muitas vezes, por exemplo, quando imitas alguém, quando finges alguma coisa, quando queres agradar a alguém, etc. Representar faz parte da natureza humana.


Sabias que na época greco-latina, os actores representavam com máscaras. Esses actores eram os Hipócritas, ou seja, aqueles que punham e tiravam a máscara. Esta palavra evoluiu semanticamente e hoje uma pessoa hipócrita já não é um actor que usa máscara, mas alguém que adopta na sua vida um princípio de falsidade, que usa muitas máscaras, no sentido figurado da palavra.

O teatro terá surgido ligado a danças na pré-história. Esta forma foi evoluindo até que começaram a aparecer, por exemplo, na civilização greco-latina textos dramáticos já muito elaborados. Na época greco-latina, os actores representavam com máscaras. Na Idade Média, há também registos de vários textos dramáticos, mas todos ligados a representações litúrgicas e religiosas. Essas composições eram feitas sobretudo para celebrar momentos importantes como o Natal e a Páscoa. Em Portugal, o teatro teve um grande desenvolvimento no séc. XVI, nomeadamente, com o dramaturgo Gil Vicente, considerado o pai do teatro português.


Texto Dramático vs espectáculo teatral

O texto dramático, escrito pelo dramaturgo, destina-se a ser representado, tornando-se, desta forma, texto teatral ou peça de teatro.


No entanto, é importante não confundir texto dramático com a sua transformação em teatro como espectáculo (representação). Na passagem do texto para a representação estão envolvidos aspectos como a encenação, a entoação, a mímica e a expressão corporal, a caracterização das personagens, o cenário, etc.

Para levar a cabo a representação de um texto dramático, é indispensável conjugar esforços de diversos profissionais, como o encenador, o cenógrafo, o aderecista, os técnicos de luz e som, o maquinista de cena, o contra-regra, os actores, entre outros. O encenador coordena as etapas da representação, dirige a peça e ocupa-se da selecção dos actores e dos técnicos. Cabe ao cenógrafo estudar o espaço e orientar a construção do cenário. Este profissional desenha as maquetas e plantas de modo a conseguir retratar o ambiente onde se desenrola a acção dramática. O aderecista auxilia o cenógrafo, pois é ele quem escolhe os elementos que ornamentam o palco, bem como alguns recursos necessários à caracterização das personagens. O técnico de som instala os microfones e opera a mesa de mistura durante o espectáculo. É ele quem regula o som de acordo com as condições acústicas da sala de modo a que o público possa ouvir o que os actores dizem. O técnico de luz tem a seu cargo o desenho das luzes de acordo com as características do espaço a iluminar e identifica o tipo e a quantidade de material necessário. É também responsável pela iluminação durante o espectáculo. Finalmente, quando todos os profissionais estão a postos e os espectadores sentados nos seus lugares, dá-se início ao espectáculo.


Visita de Estudo a Lisboa com os alunos do 9.º ano para assistirmos à peça Auto da Barca do Inferno, representada no Mosteiro dos Jerónimos.



Trabalhitos:
Este foi feito pela minha mãe. Ela ofereceu-me estas rendinhas para enfeitar os meus louceiros.




Um presente para a Inês: uma tela, a minha primeira experiência.


O saquinho que levou a tela e o ovo de Páscoa da Inês.

sábado, 22 de março de 2008

Feliz Páscoa!

A palavra "Páscoa" tem origem no hebreu pesakh, que significa passagem, aludindo à libertação da escravidão para a liberdade. Os Judeus festejam a Páscoa anualmente, em memória da sua saída do Egipto e os cristãos celebram na Páscoa a Passagem de Cristo - "deste mundo para o Pai", da "morte para a vida", das "trevas para a luz". A Páscoa é considerada, assim, a Festa da Libertação.


Como se calcula o dia em que se celebra a Páscoa?


A Páscoa é uma das festas móveis do nosso calendário, que é antecedida pela Quaresma, um ritual que dura 40 dias, iniciado na Quarta-feira de Cinzas, e que termina no Domingo de Ramos, uma semana antes da Páscoa. Durante este período, os cristãos procuram a purificação que deve ser alcançada por meio de penitência, como o jejum. O dia da Páscoa é no primeiro Domingo depois da Lua Cheia que ocorre no dia ou após o equinócio da primavera boreal, assumindo-se como sendo dia 21 Março e é sempre uma das 35 datas entre 22 de Março e 25 de Abril. A data da Lua Cheia não é, no entanto, a real, mas a definida nas Tabelas Eclesiásticas. A igreja, para obter consistência na data da Páscoa decidiu, no Concílio de Niceia (325 d.C.), no papado de S. Silvestre I, definir a data da Páscoa em função da data de uma lua imaginária, conhecida como a "lua eclesiástica”.

Dias da Páscoa nos próximos dois anos:
2009 -12 de Abril
2010 - 4 de Abril


Símbolos Religiosos


Os principais símbolos da Páscoa são a Cruz, que traduz, ao mesmo tempo, sofrimento e ressurreição; o Cordeiro, que simboliza Cristo, que é o cordeiro de Deus, e se sacrificou em favor de todo o rebanho; Pão e o Vinho, que Jesus escolheu para na última ceia representarem o seu corpo e sangue e, dados, aos seus discípulos, celebrarem a vida eterna; e o Círio, que é a grande vela que se acende na Aleluia e significa Cristo, a luz dos povos. As letras Alfa e Omega, nela gravadas, significam que Deus é o princípio e o fim de tudo.


A Páscoa no Mundo

  • Na China
    O "Ching-Ming" é uma festividade que ocorre na mesma época da Páscoa. Nesta quadra visitam-se os túmulos dos ancestrais e fazem-se oferendas (em forma de refeições e doces) para que fiquem satisfeitos com os seus descendentes.
  • Na Europa
    A Páscoa tem origem nos antigos rituais pagãos do início da Primavera (que no Hemisfério Norte se inicia em Março). Aqui, as tradições de Páscoa incluem a decoração de ovos cozidos e as brincadeiras com os ovos de Páscoa como, por exemplo, rolá-los ladeira abaixo, o ovo que rolar mais longe sem se partir será o vencedor.
  • Nos países da Europa Oriental, como Ucrânia, Estónia, Lituânia e Rússia
    A tradição mais forte é a decoração de ovos. Estes serão oferecidos aos amigos e familiares. A tradição diz que, se as crianças forem bem comportadas na noite anterior ao Domingo de Páscoa e deixarem um boné de tecido num lugar escondido, o coelho deixará doces e ovos coloridos nesses "ninhos".
  • Nos Estados Unidos
    A brincadeira mais comum é a "caça ao ovo":os ovos de chocolate são escondidos pelo quintal ou pela casa para serem descobertos pelas crianças na manhã do Domingo de Páscoa. Em algumas cidades a "caça ao ovo" é um evento em que toda a comunidade participa e é usada uma praça, jardim ou parque públicos para esconder os ovinhos que a criançada há-de descobrir.
  • No Brasil e América Latina
    As crianças fazem os seus próprios ninhos de Páscoa em vime, madeira ou papelão, e enchem-nos de palha ou papel picado. Os ninhos são deixados para o coelhinho colocar doces e ovinhos na madrugada do Domingo de Páscoa. Há também a "caça ao ovo" ou a "caça ao cestinho".

FELIZ PÁSCOA EM OUTRAS LÍNGUAS...

Na Checoslováquia
VESELE VANOCE

Na Alemanha
SCHÖNE OSTERN

Na Itália
BUONA PASQUA

No Laos
SOUK SAN VAN EASTER

Na Macedónia
SREKEN VELIGDEN

Em Inglês
HAPPY EASTER

Na França
JOYEUSES PÂQUES

Na Grécia
KALO PASKA

Na China
FOUAI HWO GIE QUAI LE

Em árabe
EID-FOSS'H MUBARAK

Na Croácia
SRETUN USKS

Feliz Páscoa amigos......


Caixa a preto e branco




Um presente: A caixa levou uma vela em forma de "ovo" decorada, um pacotinho de amêndoas e um sabonete decorado.









Uma moldura para o Guilherme com coelhinhos, uma borboleta, um caracol e uma flor em fimo.



Lindo vídeo!



Sorri à vida e ela te sorrirá!

sexta-feira, 21 de março de 2008

Árvores e Poesia

Dia Mundial da Poesia


O Dia Mundial da Poesia foi instituído na 30ª Conferência Geral da Unesco, em 2000.


Dia da Poesia...

Cada um cumpre o destino que lhe cumpre,
E deseja o destino que deseja;
Nem cumpre o que deseja,
Nem deseja o que cumpre.

Como as pedras na orla dos canteiros
O Fado nos dispõe, e ali ficamos;
Que a Sorte nos fez postos
Onde houvemos de sê-lo.

Não tenhamos melhor conhecimento
Do que nos coube que de que nos coube.
Cumpramos o que somos.
Nada mais nos é dado.

Ricardo Reis


Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Fernando Pessoa


Agora as palavras


Obedecem-me agora muito menos,
as palavras. A propósito
de nada resmungam, não fazem
caso do que lhes digo,
não respeitam a minha idade.
Provavelmente fartaram-se da rédea,
não me perdoam
a mão rigorosa, a indiferença
pelo fogo-de-artifício.
Eu gosto delas, nunca tive outra
paixão, e elas durante muitos anos
também gostaram de mim: dançavam
à minha roda quando as encontrava.
Com elas fazia o lume,
sustentava os meus dias, mas agora
estão ariscas, escapam-se por entre
as mãos, arreganham os dentes
se tento retê-las. Ou será que
já só procuro as mais encabritadas?

Eugénio de Andrade


DIA MUNDIAL DA ÁRVORE


«A árvore é figura do homem e próprio significado seu: porque nela, diz Santo Ambrósio, que há viver e morrer, crescer e decrescer, como no homem. Nela, diz Plínio, que há mocidade e velhice: doenças gerais e particulares, como no homem. Dela, diz Colunela, que padece fome e sede, como o homem e que tanto lhe faz mal a sobejidão do alimento, como a falta dele. Dela, diz Santo Agostinho, que vive enquanto reverdece e morre quando seca e murcha. Plutarco por encarecimento diz que as árvores têm fraqueza e mostram que sentem dores quando lhes quebram ou cortam os ramos. O sol as seca, frios as queimam, névoas lhes fazem mal, quenturas as abrasam, águas as apodrecem, ventos as combatem, tempestades as destroem e enfim muitas coisas lhes são adversas e outras favoráveis, como sucede aos homens. Também se diz das árvores que após admiráveis concebimentos de cada ano, têm fecundos partos com os quais aparecem quando descobrem flores, e então tem cuidado de criar os filhos que dão os frutos maduros e sazonados. As árvores são amigas entre si e folgam com a companhia das outras. Teófrasto diz que assim como o exterior do homem mostra os poucos ou muitos anos que têm, assim as árvores nas aparências mostram sua idade.
Por estas e outras razões têm as árvores muita simpatia e semelhança com os homens e metaforicamente são eles significados nelas. Assim diz São Gregório que o homem em sua criação é árvore que cresce, e na tentação folha que se move, e na fraqueza flor que cai. É o homem árvore e por isso em grego se chama Antropos que quer dizer árvore que tem as raízes para cima e os ramos para baixo. (...)»

in "Consideração primeira", Tratado das Significações das Plantas, Flores, e Frutos que se referem na Sagrada Escritura, Frei Isidoro de Barreira (Lisboa, 1622)

Cada árvore é um ser para ser em nós


Cada árvore é um ser para ser em nós
Para ver uma árvore não basta vê-la
a árvore é uma lenta reverência
uma presença reminiscente
uma habitação perdida
e encontrada
À sombra de uma árvore
o tempo já não é o tempo
mas a magia de um instante que começa sem fim
a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas
e de sombras interiores
nós habitamos a árvore com a nossa respiração
com a da árvore
com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses



António Ramos Rosa



“Árvores do Alentejo”


Horas mortas... Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!

E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!

Florbela Espanca

Poema das árvores


As árvores crescem sós. E a sós florescem.

Começam por ser nada. Pouco a pouco

se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.

Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,

e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.

Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,

e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,

e os frutos dão sementes,

e as sementes preparam novas árvores.

E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.

Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.

Sós.

De dia e de noite.

Sempre sós.

Os animais são outra coisa.

Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,

fazem amor e ódio, e vão à vida

como se nada fosse.

As árvores, não.

Solitárias, as árvores,

exauram terra e sol silenciosamente.

Não pensam, não suspiram, não se queixam.

Estendem os braços como se implorassem;

com o vento soltam ais como se suspirassem;

e gemem, mas a queixa não é sua.

Sós, sempre sós.

Nas planícies, nos montes, nas florestas,

A crescer e a florir sem consciência.

Virtude vegetal viver a sós

E entretanto dar flores.

António Gedeão




Ainda falando de árvores: estas estão floridas e anunciam a Primavera.


Toalha bordada a ponto pé de flor, ponto Margarida e nós.



Retalhinhos de Primavera

Caixinhas para colocar guloseimas: amêndoas, chocolates, bombons...