segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O milagre da renovação






Mensagem a todos os meus amigos (reais e virtuais)

Neste Natal e em todos os Natais, o maior presente que recebi foi a vossa amizade. Porque vós, meus amigos, sois o presente que recebi de Deus. Sois presentes que se fizeram presentes no decorrer deste ano e de outros e que continuarão pelo tempo fora. Vós sois presentes do coração, dádivas que não compramos, sem preço, pois não há dinheiro suficiente no mundo para vos pagar. Sois presentes que colhemos da árvore da vida, sois frutos da amizade. Amigos, quero agradecer em prece a vossa existência, o vosso carinho, a vossa disponibilidade. Que a alegria, o amor, a fraternidade, o perdão, a compreensão permaneça em todos nós, nos una sempre e cada vez mais. Que Deus, na sua infinita bondade, nos continue a abençoar, que nos guie e que mantenha acesa entre nós a luz da Amizade, do Amor e da Paz.

Mais um ano chega ao fim e com ele chega também o tempo de fazer o balanço de tudo o que de bom e mau nos aconteceu. É tempo de transformarmos os bons momentos em novas energias, entusiasmo e esperança. Dos momentos maus, saibamos colher o saber, a experiência e a convicção de que não repetiremos os mesmos erros. Depois do tropeção é preciso erguermo-nos com a certeza de que ali não cairemos jamais. É tempo de agradecermos a Deus todos os momentos felizes que tivemos. As sementes da vida precisam de ser regadas com carinho, paz e amor para crescerem flores coloridas, vivas, plenas de felicidade. Vamos viver com alegria, coragem e determinação. Vamos viver o presente com sabedoria e plenitude, lembrando o passado como um sonho de felicidade e buscando em cada amanhã a fé e a esperança de uma vida melhor e maior para todos. A vida só tem sentido se deixarmos marcas no coração das pessoas: sermos o braço que envolve, a alegria que contagia, o olhar que aquece, o amor que purifica. Vivam intensamente, sejam verdadeiros e puros, dediquem mais tempo à felicidade, ao amor, ao próximo... Que 2009 vos traga tudo o que merecem!


Passem por aqui também! As mensagens de Ano Novo são sempre de amor, esperança...




Poesia para o Ano Novo...

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a
que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no
limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e
entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra
vez, com outro
número e outra vontade de acreditar que daqui pra
diante vai ser diferente"







Carlos Drummond de Andrade




Prémio Tag

Este prémio foi-me oferecido por esta menina!

As regras deste prémio são as seguintes:


1. Indica a pessoa que te "tagueou"

2. Deixar as regras no blogue

3. Nas regras consiste ainda tornar público 7 coisas sobre mim...

- Tenho dois filhos lindos;
- Tenho um marido compreensivo e que me apoia incondicionalmente;

- Tenho uns pais maravilhosos com quem posso contar sempre, sempre…

- Sou professora do 3.º ciclo e secundário;

- Sou muito optimista e procuro sempre o lado bom das coisas, mesmo das que não correm assim tão bem;

- Adoro ler, escrever, pintar, cozinhar, “inventar”…

- Adoro a minha profissão.

4. Deixar um comentário às pessoas a quem se vai "taguear".
5. “Taguear” 6 pessoas.

Aqui estão:

Daniela

mfc

Roberta

Daniela

Habiba

Sonia



Trabalhinho:





sábado, 27 de dezembro de 2008

Em terra de cegos quem tem olho é rei

Fui ver este filme e gostei tanto que decidi falar-vos dele.

O filme começa com um motorista que perde a visão subitamente, enquanto está parado num sinal vermelho. Ele mergulha numa espécie de névoa leitosa, completamente branca, assustadora. A partir daí, a cegueira vai contaminando outras pessoas e uma a uma, cada pessoa que com quem ele se cruza - sua esposa, seu médico, até mesmo o aparentemente bom samaritano que lhe oferece boleia para casa - terá o mesmo destino, tornando-se uma epidemia misteriosa. À medida que a “doença” se espalha, o pânico e a paranóia contagiam a cidade. As vítimas da "cegueira branca" são cercadas e colocadas pelas autoridades governamentais em quarentena num hospital abandonado, completamente degradado, onde qualquer semelhança com a vida quotidiana começa a desaparecer. Perante este cenário, “quem tem olho é rei”, tornando-se uma autoridade e estabelecendo de que forma os cegos se devem comportar. Cada dia que passa, aparecem mais pacientes e esta "sociedade de cegos" entra em colapso. Mas, o pior ainda estava para vir e, eis que surge um grupo de criminosos, mais poderoso fisicamente, que se sobrepõe aos fracos, racionando-lhes a comida e cometendo actos medonhos. Há, porém, uma testemunha ocular deste pesadelo e apesar de a "epidemia" chegar a um grau tão extenso, acabando por atingir toda a população local, a mulher do médico (que acompanhou o seu marido cego para o hospital) é a única pessoa que ainda consegue ver e, assim, testemunhar todo o horror e provação que os cegos enfrentam. Assim, ela observa o comportamento das vítimas da cegueira a partir do momento em que se vêem privadas da visão e o modo como se relacionam umas com as outras, concluindo que as pessoas revelam realmente quem são, a partir do momento em que não podem julgar a partir do que vêem. Ali, mantendo o seu segredo, ela orienta sete desconhecidos que se tornam, na sua essência, numa família, guiando-os para fora do hospital em direcção às ruas deprimentes da cidade. A viagem é perigosa, mas a mulher guia-os numa luta contra os piores desejos e fraquezas da raça humana, atravessando o horror e o amor, a depravação e a incerteza, abrindo-lhes a porta para um novo mundo de esperança, onde a sua sobrevivência e redenção final reflectem a tenacidade do espírito humano.

A obra Ensaio Sobre a Cegueira é uma história sobre a degradação da sociedade, os limites do ser humano, a falta de moralidade e o desespero atordoante. A doença misteriosa que atinge os seres humanos de uma população é mero pretexto para que se proceda a uma análise do mundo em que vivemos. Ao mesmo tempo que as personagens perdem a visão, o lado obscuro das suas respectivas almas vem à tona.

O romance mostra-nos o desmoronar completo da sociedade que, por causa da cegueira, perde todo o seu civismo e cultura, apresenta-nos também a profunda humanidade dos que são obrigados a confiar nos outros, quando se vêem privados dos seus sentidos. O brilho branco da cegueira ilumina as percepções das personagens principais e a história torna-se não só um registo de sobrevivência física das multidões cegas, mas também das suas vidas espirituais e da dignidade que tentam manter. Mais do que olhar, importa reparar no outro. Só dessa forma o homem se humaniza de novo.


"Se puderes olhar, vê. Se podes ver, repara.",

"Livro dos conselhos", de El-Rei Dom Duarte.

"Quando o médico e o velho da venda preta entraram na camarata com a comida, não viram, não podiam ver, sete mulheres nuas, a cega das insónias estendida na cama, limpa como nunca estivera em toda a sua vida, enquanto outra mulher lavava, uma por uma, as suas companheiras, e depois a si própria."

"Não lhe parece que deveríamos comunicar ao ministério o que se está a passar? Por enquanto acho prematuro, pense no alarme público que iria causar uma notícia destas, com mil diabos, a cegueira não se pega. A morte também não se pega, e apesar disso todos morremos."

"O medo cega, disse a rapariga dos óculos escuros. São palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegámos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos. Quem está a falar, perguntou o médico. Um cego, respondeu a voz, só um cego, é o que temos aqui. Então perguntou o velho da venda preta, Quantos cegos serão precisos para fazer uma cegueira. Ninguém lhe soube responder."

"Lutar foi sempre, mais ou menos, uma forma de cegueira. Isto é diferente. Farás o que melhor te parecer, mas não te esqueças daquilo que nós somos aqui, cegos, simplesmente cegos, cegos sem retóricas nem comiserações, o mundo caridoso e pitoresco dos ceguinhos acabou, agora é o reino duro, cruel e implacável dos cegos. Se tu pudesses ver o que eu sou obrigada a ver, quererias estar cego. Acredito, mas não preciso, cego já estou. Perdoa-me, meu querido, se tu soubesses. Sei, sei, levei a minha vida a olhar para dentro dos olhos das pessoas, é o único lugar do corpo onde talvez ainda exista uma alma, e se eles se perderam"

"Porque foi que cegámos? Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão. Queres que te diga o que penso. Diz. Penso que não cegámos, penso que estamos cegos. Cegos que vêem. Cegos que, vendo, não vêem."

in Ensaio sobre a cegueira, José Saramago


Prémio
Este prémio foi-me oferecido por esta menina. Obrigada, amiga!
Aqui fica para quem o quiser levar.

Trabalhinhos:


Sabonetes com anjinhos

Tela pintada e composta pela minha filhota linda.